Menopausa Precoce, é possível engravidar?

09/10/2024

Por Dra. Lissandra Maioli

Sim, é possível engravidar na menopausa precoce, mas as chances de sucesso são inferiores a 10%. A boa notícia é que existem técnicas de reprodução assistida que podem ajudar a aumentar as chances de engravidar, como a fertilização in vitro (FIV) e a doação de óvulos já que mesmo sem produzir mais óvulos, a mulher ainda pode ter um útero saudável para a gestação. 

Primeiro é importante entendermos o que é menopausa precoce 

A menopausa é um uma fase natural na vida de uma mulher e marca o fim de seu ciclo reprodutivo, ocorre normalmente entre os 45 e 55 anos de idade. O diagnóstico da menopausa se dá quando uma mulher passa por um período de 12 meses consecutivos sem menstruar, caracteriza-se por uma condição onde os ovários entram em falência, param de funcionar. 

Já a menopausa precoce irá acontecer quando essa falência ocorrer em mulheres antes dos 40 anos e pode ser chamada de insuficiência ovariana ou falência ovariana prematura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a menopausa precoce afeta cerca de 1% das mulheres.  

Quando a menopausa é precoce, ocorre uma queda na função ovariana com redução na produção de progesterona e estradiol de forma prematura. O processo de transição para a menopausa pode levar vários anos e é conhecido como perimenopausa. Durante esse período, os ciclos menstruais já podem se tornar irregulares, com alterações na duração e no fluxo menstrual e essa irregularidade hormonal pode dificultar tanto a ovulação quanto a implantação do embrião no útero. 

Entendendo o que é vamos conhecer os principais sintomas da menopausa precoce

A sintomatologia pode ser muito variável, algumas mulheres só perceberão a irregularidade menstrual, outras podem ser muito sintomáticas, dentre os sintomas mais comuns estão:  

– Irregularidade menstrual; 

– Ondas de calor, chamadas fogachos; 

– Sudorese; 

– Mudanças de humor; 

– Alterações no sono; 

– Ressecamento vaginal; 

– Problemas urinários; 

– Diminuição da libido; 

– Ressecamento da pele; 

– Ganho de peso; 

– Fadiga excessiva; 

– Falta de concentração ou alterações na memória; 

Quais são as causas da menopausa precoce? 

Ela pode ser causada por vários de fatores como:  

– Causas genéticas;

– Tratamentos para o câncer como quimioterapia ou radioterapia;

– Cirurgias nos ovários;

– Distúrbios hormonais;

– Doenças autoimunes;

– Infecções; 

– Idiopática, quando sua causa não é identificada.

Então, sabendo de tudo isso quais as opções para quem tem menopausa precoce engravidar 

Se uma mulher com menopausa precoce deseja gestar é recomendado consultar com um especialista em fertilidade para realizar uma avaliação individualizada da reserva ovariana e discutir opções como: 

– Em caso de óvulos viáveis com ESTIMULAÇÃO OVARIANA (processo onde os ovários são estimulados através de medicações para que haja crescimento de folículos de onde serão puncionados os óvulos e após fertilizados em laboratório com o espermatozoide do parceiro ou de um doador);

– Em caso de reserva ovariana insuficiente ou óvulos não viáveis a FERTILIZAÇÃO IN VITRO (FIV) com o uso de óvulos congelados próprios (se houver) ou de doadoras ou mesmo embriões;

– Em caso em que a mulher não possa gestar por questões uterinas o ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO pode ser uma opção. Nesse processo, o embrião formado através da FIV com os óvulos da mulher (caso viáveis) e o esperma do parceiro ou de um doador é transferido para o útero de uma outra mulher, chamada de “barriga solidária”. 

De tudo isso, havendo suspeita ou sinais de menopausa precoce o mais importante é buscar aconselhamento médico especializado para discutir qual a melhor opção, prós e contras de cada técnica, e indo além da questão fertilidade enfatizar a importância do tratamento da menopausa precoce visto que além de afetar a fertilidade de forma direta a menopausa precoce a longo prazo também pode trazer sérios impactos na saúde de uma forma geral, principalmente no bem estar e aumento de risco de doenças cardíacas e osteoporose.